Otávio Nunes
Quase toda matéria que faço, sempre pergunto ao entrevistado se ele tem alguma historinha curiosa sobre a pauta que estamos tratando. É claro, há assuntos que não permitem historinhas curiosas. Mas se eu encontrar uma brecha, não pestanejo. Tasco-lhe a pergunta. Fui eu semana passada fazer matéria na Cetesb, em Pinheiros, sobre uma equipe de técnicos ambientais que atuam em acidentes com produtos químicos, principalmente vazamentos. Serviço pra lá de importante à população e à natureza. Papo vai, papo vem, perguntei sobre historinhas e ouvi duas. Uma delas transcrevo cá neste espaço:
- O arroz cozinhado por uma senhora da Capital sempre ficava cor-de-rosa. Os vizinhos achavam quer era macumba. Chamados para desvendar tal mistério, técnicos da Cetesb estiveram no local várias vezes. Levaram o arroz dela para ser feito em outra casa e, surpresa, ficou branco. Pegaram arroz de outro local para ser preparado no fogão dela e ficou cor-de-rosa. Analisaram a água e nada encontraram de errado. Seria realmente macumba? Praga egípcia? Ataque de ETs? Armação do coisa-ruim? Golpe do Cacciola?
Os técnicos levaram o cor-de-rosa ao Adolfo Lutz, onde descobriram que a causa da coloração era uma bactéria que existia na casa daquela senhora. Devido à falta de higiene, as paredes estavam sujas e impregnadas de Serratia Marcences, o nome da infeliz representante do mundo microbiológico. Como a dona da casa não era muito dada à limpeza, a bactéria estava em todo o ar, principalmente na cozinha.
Pois bem, em contato com o amido presente no arroz, no trigo e em outros, a Serratia (bonito nome, aliás sempre gostei de nome de microorganismos, porque são sempre sonoros) deixa o alimento cor-de-rosa. Deve ser a bactéria preferida da Hello Kitty e da Barbie.
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Que fazer dps para n acontecer esse ato
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