Otávio Nunes
Soube de um caso interessante na internet sobre a Bélgica, país onde existem dois povos que não convivem de forma tão harmoniosa como a humanidade imagina. São os flamengos (da região de Flandres e que falam holandês) e os valões (franceses, da Valônia). Tem gente que acha que a Federação Belga está com os anos contados. Vamos ao caso curioso que li faz pouco, mas que ocorreu em 2007.
O líder político do Norte flamengo é Yves Leterme. Curioso, né? É da parte holandesa mas tem nome afrancesado. Pois este cidadão foi primeiro-ministro em 2007 e renunciou por não conseguir formar governo de coalizão com os valões. Quem está em seu lugar hoje? Não sei e também não importa.
Quando na chefia do governo, enquanto participava de uma cerimônia oficial, Leterme foi abordado por um repórter que pediu para ele cantarolar o início do hino nacional belga. O político entoou a primeira parte de A Marselhesa, que o mundo todo, incluindo os nove planetas, sabe que é o hino francês. E não foi sua única gafe. O mesmo jornalista quis saber qual a principal data nacional belga (algo como o nosso sete de setembro) e Leterme citou outra que nada tinha de importante, nem sequer era feriado.
Com um líder flamengo assim, a Bélgica não corre perigo de secessão mas também não consegue montar gabinete de coalizão. Ou seja, continuam divididos, apesar de juntos.
A propósito, o hino belga chama-se Brabanconne. É cantado em francês ou holandês? Sei lá. Talvez nas duas.
Este país é mesmo cumpricado. Se não bastassem as duas línguas, há uma terceira, a alemã, falada numa região fronteiriça. Taí uma coisa bacana. Cada belga conhece no mínimo três idiomas. Parece legal, né? Mas na prática não é bem assim. Tem belga que não tá nem aí como a língua do conterrâneo. Há casos de turistas brasileiros que fizeram perguntas em francês a belgas flamengos que ignoraram por completo.
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